Egoísta

Se eu fosse egoísta sofreria menos

Perambulando por outras terras estaria

Que estrangeiro previsível

 O verso só sangra nesta minha língua

Queria ser egoísta como tu

Longe sem parar pelo mundo vagaria

Que poeta desprezível sou

Crer no amor para sofrer à míngua

Agonizando em versos distorcidos

Todos dormem e não haverá um pulso sequer

Como esse latido já não haverá poesia

Cale este verso lusitano

Pois nesse fado

O rio Tejo não te suportaria

Ronne Grey

Se



Se meu verso pudesse dizer
Diria que que te espero
Durante longas noites insones


Que a sede dos lábios teus
É maior que todo orgulho
Humano


O egoísmo não venceu
O amor ... e continua a esperar-te
Como uma criança perdida



Não deixe apagar
O brilho dos teus olhos
Sorria sou a brisa
Que te toca


A distância não é maior
Que a vontade de escutar
Teu riso



Se meu verso pudesse dizer
Diria que te esperou trinta e cinco primaveras
e que esse amor puro
Não abandones



Ronne Grey

classmate 

Estava lá para aprender 

uma nova língua,

estava lá para crescer,

queria apenas a língua.

E fomos conversando,

caminhávamos pela universidade 

ríamos juntos e te acompanhava

como colega, queria ser apenas, colega ...

Nos encontrávamos e queria estar junto,

era divertida tua companhia...

e te buscava, te buscava 

queria estar junto, 

e fui desejando, desejando...

Com ajuda do meu cachecol roubei 

o primeiro beijo ...

queria estar contigo e esse sentimento
foi crescendo, crescendo...

Juntos compartilhamos, enfrentamos dificuldades, 

aprendemos e viajamos, 

sabia que um dia partirias,

mas esse amor crescia, crescia ...

Moramos juntos 

e vivemos coisas lindas,

sabia que um dia partirias

e eu a cada dia, mais ainda

te amava, te amava...

No aeroporto te acompanhei, 

e entre lágrimas

te vi partindo, partindo... 

Alguns acreditavam que 

esse amor se acabaria,

mas aqui fiquei a te amar, a te amar ...

Ronne Grey 

abstinência

 Essa dor não merecias 

                Poeta 

Depois de tanta dedicação 

Esse pranto não merecias

                              Poeta

O que esperavas de alguém 

Que te abandona por um mísero copo de cerveja com amigos

Como um cachorro faminto jogado  

Na rua 

Essa melancolia não merecias poeta 

Seca essas lágrimas poeta 

Esse pranto já beira a demência

Fugir da dor é valentia 

Seca esse pranto poeta 

Essas lágrimas já cheiram a abstinência 

Quem fugiu desse amor 

Fugiu por puro egoísmo e covardia   

Ronne Grey

Ultimo verso 

Venció el egoísmo sobre el amor 

Ahora tus amigos  

A tu lado festejan  el motivo de mi suicidio 

Qué poeta demente que soy 

Mendigando amor por un ser frío 

Con ese llanto delirante me voy

De esta tierra quiero borrar todo recuerdo mío 

Venció el sueño mezquino sobre el amor 

Ahora caminas por calles nuevas 

Y brindando en francés mi suicidio 

Qué poeta delirante que soy 

Moviendo montañas por un amor 

Que ni un grano de arena movió 

Cuando te arrepientas en este mundo ya no estoy 

Ronne Grey 

Estranho na rua

Não fui incluído

No teu sonho 

Não me convidastes 

Para teu futuro 

Doravante um estranho 

Na rua

Se fosse amor esperaria

Ou junto se voaria 

Para os próximos dias 

De tua vida não fui convidado 

teu sonho 

Para mim um pesadelo agoniado 

Se fosse amor 

Não separaria essa mísera geografia 

Doravante um estranho na rua 

Ronne Grey

Perdido

Será que não entendes

Sem ti vou despedaçando

Será que não percebes

Sem ti eu morro

Falando com as paredes

Tropeçando em estranhos

Desperdício viver

Uma tempestade de insônias

Alimentando-me de cafeína

Eterno padecer

Será que não sentes

Sem ti estou me dilacerando

Será que não vês

Sem ti eu morro

Ronne Grey